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Um concerto em torno de Nossa Senhora e música espiritual marcam Terras sem Sombra em Arronches

O Festival Terras sem Sombra (TSS) vai rumar ao concelho de Arronches, no distrito de Portalegre, este sábado, 17 de Maio, com o concerto «Sob o Teu Manto: Aspectos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI-XXI)».

Depois de no ano passado o festival já se ter estreado neste concelho, regressa ao Alto Alentejo com um programa que alia a grande música de inspiração mariana aos traços patrimoniais da região.

De acordo com a organização, o concerto da noite de sábado «propõe a itinerância por um repertório musical atento às múltiplas dimensões da vida de Nossa Senhora: a jovem mãe, a rainha celeste, a intercessora compassiva, a mulher glorificada» e contará com a atuação da Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, um coro litúrgico do Porto, sob a direção musical de Nuno Miguel de Almeida.

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Já a componente patrimonial convida a «recuar cinco milénios, na visita a um dos mais notáveis conjuntos de arte rupestre em Portugal», tendo como orientador o arqueólogo e professor universitário Manuel Calado.

Nesta apresentação em Arronches, o TSS conta com a parceria do município local o regresso ao apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes, obtido mediante concurso público.

No mês consagrado a Maria, o concerto de sábado, 17 de Maio, às 21h30, na igreja matriz de Arronches, exalta a Mãe, a Rainha e a intercessora.

Sob a direção musical de Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita conduz os espetadores numa viagem musical que começa no canto gregoriano, atravessa os refinamentos da polifonia renascentista, barroca e romântica e desemboca na linguagem da criação contemporânea.

«Um périplo ao longo de dez séculos em que a figura da Mãe de Deus se revela sob múltiplas luzes – ora na contemplação serena, ora na súplica ardente –, através de obras de Tomás Luis de Victoria, Gregor Aichinger, Zoltán Kodály, Jeff Enns, Ēriks Ešenvalds, entre outros», refere a organização.

«Figura incontornável do imaginário espiritual e artístico do Ocidente, a Virgem tem constituído uma fonte inesgotável de inspiração musical desde os primórdios da Cristandade. «Sob o Teu Manto: Aspectos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI–XXI)» é, assim, um tributo mariano, onde o sagrado se faz canto e a arte se torna oração», continuam.

Fundada em 2018 por Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sediada na igreja de São Martinho de Cedofeita (Porto), dedica-se à música sacra no contexto litúrgico, combina grandes repertórios do passado e criação contemporânea.

Com vozes maioritariamente femininas, também atua em formação mista. Lançou em 2021 o ciclo Serões na Música Litúrgica, com nomes de referência neste âmbito. Tem realizado igualmente projetos pouco usuais no panorama musical português, como Tenho Sede (2022) e A Cidade dos Dois Sóis (2024).

Interpretou obras de Eurico Carrapatoso e Benjamin Britten. Participa regularmente em festivais nacionais e internacionais, mormente FIMUV e Cistermúsica.

Natural do Porto (1993), Nuno Miguel de Almeida estudou Piano, Órgão e Composição. Licenciando-se em Direção e Formação Musical pela Universidade de Aveiro. Mestre em Direcção Coral, tem dirigido vários agrupamentos, integra a equipa da Orquestra Sinfónica de Leiria e lidera a Schola Gregoriana de Cedofeita e os Moços do Coro, actuando regularmente em Portugal e no estrangeiro.

A anteceder o concerto, no sábado, às 15h00, os participantes são convidados a participar na atividade de Património a enveredar pela freguesia de Esperança.

Com ponto de encontro no Centro Interactivo da Ruralidade de Arronches, a iniciativa tem por mote «Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança» e desvela um conjunto de artes rupestres esquemáticas em Portugal.

Datadas do Neolítico e Calcolítico, estas pinturas, com cerca de 5 mil anos, «oferecem um vislumbre da vida e espiritualidade das comunidades agro-pastoris que habitaram outrora a região».

«O Abrigo de Vale de Junco, também conhecido como Lapa dos Gaivões, é o mais emblemático destes sítios», lê-se na nota.

Descoberto em 1914, exibe figuras antropomórficas e zoomórficas, impressões de mãos e símbolos geométricos, predominantemente em tons de ocre vermelho.

As representações sugerem cenas de pastorícia e rituais simbólicos, «refletindo a organização social e as crenças das populações pré-históricas».

Na região existem outros abrigos significativos, como o de Pinho Monteiro, descoberto em 1981 na Serra da Cabaça, e a Lapa dos Louções. Estes locais revelam pinturas semelhantes, reforçando a importância cultural e arqueológica da área.

A atividade é orientada por um conhecedor do tema, o arqueólogo Manuel Calado, professor da Universidade de Lisboa, especializado no estudo do Megalitismo e da Pré-História europeus, com especial foco na Península Ibérica. Ao longo da sua carreira, o arqueólogo tem investigado monumentos como antas, cromeleques e arte rupestre, contribuindo para a valorização e compreensão do património arqueológico nacional.

É autor de diversos artigos e livros de referência sobre sociedades pré-históricas e práticas funerárias.

Este fim de semana, devido ao ato eleitoral de 18 de Maio, a habitual atividade de domingo, dedicada à Salvaguarda da Biodiversidade, foi cancelada.

O TSS prossegue a sua programação a 7 a 8 de Junho, com um fim de semana em Castelo de Vide. No sábado, às 15h00, a visita de património – «’Não Hei-de Dizer Senão a Verdade’: Garcia de Orta no seu Museu» – celebra a vida e o legado deste notável filho da terra.

À noite (21h30), o canto coral filipino apresenta-se com os The Philippine Madrigal Singers e no domingo, 8 de Junho, às 9h30, a atividade de salvaguarda da biodiversidade detém-se no tema «Entre a Medicina e a Gastronomia: Plantas Terapêuticas e Aromáticas da Serra de São Mamede».

Toda a programação da temporada pode ser consultada no site do Festival Terras sem Sombra. As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.

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